João José Reis e seus métodos:

leituras possíveis de algumas explicações sobre populações negras da Salvador do século XIX

Autores

DOI:

https://doi.org/10.14295/rbhcs.v13i25.11493

Palavras-chave:

Teoria da História, João José Reis, determinações, indivíduos.

Resumo

Esse artigo é um conjunto de propostas metodológicas para a grande área da Teoria da História, trazendo leituras possíveis de obras selecionadas do historiador João José Reis, que se dedica aos estudos das populações negras de Salvador no século XIX. O objetivo é fundamentar a ideia de que, a partir desse autor, podemos entender as noções de experiência social, sociabilidade, cotidiano, temporalidades e classe para que sejam compreendidas de maneira mais aberta, com múltiplas determinações, dedicando atenção especial aos indivíduos e suas intencionalidades. A investigação privilegiou um enfoque bibliográfico, levantando alguns livros do autor, artigos complementares e trabalhos que hora dialogam ou criticam as posições por ele defendidas. Em um primeiro momento busca-se entender as relações envolvendo experiência e sociabilidade, enfocando-se as questões que articulam indivíduo e sociedade. A seguir discute-se o foco das temporalidades possíveis e o cotidiano das pessoas, principalmente como esse debate pode caminhar para avaliações indeterminadas, mas ao mesmo tempo sem relativizações. Por fim, apontam-se algumas possibilidades a respeito da compreensão de classe em Reis, privilegiando-se o caráter construtivista do termo.

 

 

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Daniel da Silva Klein, Universidade Federal do Acre

Graduado em História (2006) e mestre em Letras (2010). Doutor em História Social pela Universidade de São Paulo (2013). Docente da cadeira de Estudos em História pela Universidade Federal do Acre desde 2009.

Referências

BENJAMIN, Walter. Magia e técnica, arte e política. São Paulo: Brasiliense, 1987.

BRAUDEL, Fernand. Escritos sobre a história. São Paulo: Perspectiva, 2013.

CARDOSO, Ciro Flamarion. Escravismo e dinâmica da população escrava nas américas. In: Revista Estudos Econômicos, Universidade de São Paulo, pp. 41-53vol. 13, n. 01, jan/abr. 1983.

CHALHOUB, Sidney. A força da escravidão: ilegalidade e costume no Brasil oitocentista. São Paulo: Companhia das Letras, 2012.

___________________. Machado de Assis: historiador. São Paulo: Companhia das Letras, 2003.

___________________. Trabalho, lar e botequim: o cotidiano dos trabalhadores no Rio de Janeiro da Belle Époque. Campinas: Ed. Unicamp, 2001.

CHARTIER, Roger. À beira da falésia: a história entre incertezas e inquietude. Porto Alegre: Ed. Universidade/UFRGS, 2002.

DUTRA, Delamar José Volpato. Com Honneth contra Honneth a favor de Habermas. In: Revista Veritas, Porto Alegre, vol. 62, n. 1, jan./abr. 2017, pp. 130-168.

HOBSBAWN, Eric. A era do capital, 1848-1875.Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1996.

KLEIN, Daniel da Silva. Carlo Ginzburg, Mikhail Bakhtin e Walter Benjamin: leitores da psicologia. In: Boletim Historiar, Aracajú, vol. 06, n. 02, abr./jun. 2019, pp. 18-29.

LARA, Silvia Hunold. Do singular ao plural: Palmares, capitães do mato e o governo dos escravos. In: REIS, João José; GOMES, Flávio dos Santos (Orgs). Liberdade por um fio. História dos quilombos no Brasil. São Paulo: Companhia das Letras, 1996.

LEVI, Giovanni. A herança imaterial: a trajetória de um exorcista no Piemonte do século XVII. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2001.

LOVEJOY, Paul E. Jihad, “Era das Revoluções” e história atlântica: desafiando a interpretação de Reis da história brasileira. In: Revista Topoi, Rio de Janeiro, vol. 16, n. 30, pp. 390-395, jan./jun. 2015.

NICOLAZZI, Fernando. A narrativa da experiência em Foucault e Thompson. In: Revista Anos 90, Porto Alegre, vol. 11, n. 19/20, pp. 101-138, jan./dez. 2004.

REIS, João José; SILVA, Eduardo. Negociação e conflito: a resistência negra no Brasil escravista. São Paulo: Companhia das Letras, 1989.

REIS, João José. Ganhadores: a greve negra de 1857 na Bahia. São Paulo: Companhia das Letras, 2019.

______________. Rebelião escrava no Brasil: a história do levante dos Malês em 1835. São Paulo: Companhia das Letras, 2012.

______________. Domingos Sodré, um sacerdote africano: escravidão, liberdade e candomblé na Bahia do século XIX. São Paulo: Companhia das Letras, 2008.

_________________________. Resposta a Paul Lovejoy. In: Revista Topoi, Rio de Janeiro, vol. 16, n. 30, pp. 374-389, jan./jun. 2015.

_________________________. Domingos Pereira Sodré: um sacerdote africano na Bahia oitocentista. In: Revista Afro-Ásia, Salvador, n. 34, pp. 237-313, 2006.

_________________________. De olho no canto: trabalho de rua na Bahia na véspera da abolição. In: Revista Afro-Ásia, Salvador, n. 24, pp. 199-242, 2000.

_________________________. A greve negra de 1857 na Bahia. In: Revista Usp, São Paulo, n. 18, pp. 8-29, 1993.

_________________________. Slave resistance in Brazil: Bahia, 1807-1835. In: Luso-Brasilian Review, Madison, vol. 25, n. 1, pp. 111-144, 1988.

_________________________. O levante dos Malês na Bahia: uma interpretação política. In: Revista Estudos Econômicos, São Paulo, vol. 17, pp. 131-149, 1987.

THOMPSON, Edward Palmer. Senhores e caçadores: a origem da lei negra. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987.

_________________________. A formação da classe operária inglesa. Vol. I Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987a.

_________________________. A miséria da teoria ou um planetário de erros. Petrópolis: Vozes, 1981.

Downloads

Publicado

2021-04-05

Como Citar

Klein, D. da S. (2021). João José Reis e seus métodos:: leituras possíveis de algumas explicações sobre populações negras da Salvador do século XIX. Revista Brasileira De História & Ciências Sociais, 13(25), 395–419. https://doi.org/10.14295/rbhcs.v13i25.11493