Escrita de si e diários: construções do gênero diante de paradigmas socioculturais

Autores

  • Letícia Portella Milan UFPEL

DOI:

https://doi.org/10.14295/rbhcs.v8i15.382

Palavras-chave:

Diários íntimos. Elite. Lazer.

Resumo

Os diários se constituíram como modos típicos da escrita de si feminina, desde que as mulheres conquistaram o direito à alfabetização, servindo como um instrumento para a construção do ser; uma maneira de se conhecer e de se fazer conhecer. O objetivo deste trabalho está em situar os diários íntimos como práticas culturais pertencentes, geralmente, às classes sociais abastadas, nas quais as mulheres estiveram delegadas a praticar a escritura, com o intuito de construir sua feminilidade. O presente trabalho faz parte de um projeto de pesquisa que tem como tema uma investigação histórica sobre os espaços de lazer e sociabilidade da elite pelotense na década de 1950. O principal ponto de referência para este estudo constitui-se no diário pessoal de Clarice Tavares Xavier, jovem pertencente a uma tradicional família gaúcha que, através do seu olhar, descreve o seu cotidiano e as diferentes impressões que tinha sobre os lugares que frequentava na cidade de Pelotas.

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Biografia do Autor

Letícia Portella Milan, UFPEL

Mestranda em História pela Universidade Federal de Pelotas (UFPel).

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Fontes documentais

Diário de Clarice Tavares Xavier (9 de maio de 1954 até 27 de fevereiro de 1955, Acervo pessoal da autora).
Revista Manchete, 17 de julho de 1954, nº117, Rio de Janeiro
Jornal A Opinião Pública, 1954, Pelotas.

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Publicado

2016-08-11

Como Citar

Milan, L. P. (2016). Escrita de si e diários: construções do gênero diante de paradigmas socioculturais. Revista Brasileira De História & Ciências Sociais, 8(15), 154–172. https://doi.org/10.14295/rbhcs.v8i15.382