“Não é pornografia, é a própria vida”: o real, o imaginário e o simbólico na violência; a pornografia na experiência cinematográfica<p>It´s not pornography, i´ts life itself: real, imaginary and symbolic on violence and pornography in cinematographic experience

Conteúdo do artigo principal

Régis de Azevedo Garcia
https://orcid.org/0000-0002-1679-6600
Fabio Dal Molin
https://orcid.org/0000-0003-0328-2237

Resumo

Resumo

O objetivo desta pesquisa é propor um convite à exploração do cinema como potência teórica e analítica, criando possibilidades para reflexões sobre a violência em uma sociedade do transbordamento ideológico e significante da experiência protagonizado pela internet, cinema e televisão. Direcionamos nosso escopo investigativo para temas cinematográficos controversos: a violência e a pornografia, ambos explícitos. Usamos como objeto de análise A Serbian movie (Srđan Spasojević, 2010), ou Terror sem limites, cuja exibição e distribuição foram proibidas no Brasil e em outros países. Como caminho metodológico e teórico utilizamos os conceitos de real, imaginário e simbólico de Lacan adaptados da análise cinematográfica por Slavoj Žižek, assim como, a análise significante de Christian Metz. Nossa pergunta é: sendo ficção, o que o cinema (ou a televisão, imprensa, internet) produz que constrói uma realidade radical? Os achados de pesquisa discutem a experiência cinematográfica e a análise do filme como importantes desveladores de um sintoma social que é vivenciado como real na impossibilidade de simbolização pelo espectador e que atravessado constantemente pela questão sacrificial.

 

Abstract

The purpose of this research is to propose an invitation to exploration of film as a theoretical and analytical power that create conditions of possibility of thinking about violence in a society of ideological and significant spillover of experience played by internet, cinema and television. Therefore we direct our investigative scope of the controversial film themes: violence and pornografia.Usamos as analyzed in the movie "A Serbian Film" (Srđan Spasojević 2010) whose display and distribution were banned in Brazil and other countries. As a methodological and theoretical way we use the real concepts, imaginary and symbolic Lacan adapted to cinematic analysis by Slavoj Zizek and also the significant analysis of Christian Metz. Our question is: what the film (or television, press, internet) produces building a radical reality and fiction research findings The discuss the cinematic experience and analysis of the film as important desveladores a social symptom it is experienced as real in the impossibility of symbolization by the viewer.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Detalhes do artigo

Como Citar
Garcia, R. de A., & Dal Molin, F. (2019). “Não é pornografia, é a própria vida”: o real, o imaginário e o simbólico na violência; a pornografia na experiência cinematográfica<p>It´s not pornography, i´ts life itself: real, imaginary and symbolic on violence and pornography in cinematographic experience. Deslocamentos/Déplacements:/Revista/Franco-Brasileira/Interdisciplinar/De/psicanálise/E/Ciências/Sociais, 1(1), 85–105. Recuperado de https://periodicos.furg.br/des/article/view/9227
Seção
Dossiê
Biografia do Autor

Régis de Azevedo Garcia, Universidade Federal do Rio Grande, FURG, Rio Grande/RS.

Doutor em Letras - História da Literatura no Programa de Pós-Graduação em Letras/História da Literatura e Mestre em Letras/História da Literatura pela Universidade Federal do Rio Grande - FURG. Doutorado e Especialização em Educação Ambiental em andamento pela FURG. Formado em Psicologia e em Letras Português/Inglês pela FURG.

Fabio Dal Molin, Universidade Federal do Rio Grande, FURG, Rio Grande/RS.

Possui graduação em Psicologia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (1999), mestrado em Psicologia Social e Institucional pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (2002) e doutorado em Sociologia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (2007) Pós-Doutorado em Educação pela UFRGS Atualmente é professor adjunto iv da Universidade Federal do Rio Grande do Curso de Licenciatura Ciências Exatas. (Santo Antonio da Patrulha) Educação para o Campo (São Loureço do Sul) e Psicologia (Rio Grande). Tem experiência na área de Psicologia, com ênfase em Psicanálise e Psicologia Social, atuando principalmente nos seguintes temas: violência, Psicanálise, Cinema, Psicologia da Educação, psicologia social e Antropologia simétrica.Coordenador do LEXPARTE-Laboratório de Extensão e Pesquisa em Psicanálise e Arte.

Referências

Dolar, M. (2013). Los objectos de Hitchcok in Žižek, S. Todo lo que usted queria saber sobre Lacan y nunca se atrevió a preguntarle a Hitchcok. Buenos Aires: Manantial.

Dunker, C. I. L. (2013). Abraços partidos, de Almodóvar: entre a verdade e o real in Dunker, C.I.L., Rodrigues, A.L Cinema e Psicanálise, Vol 1: a realidade e o real, São Paulo: nVersos.

Freud, S. (2010). História de uma neurose infantil (“Homen dos Lobos”); Além do princípio do prazer e outros textos (1917-1920), São Paulo: Companhia das Letras.

Freud, S. (2010). O mal-estar na cultura. Porto Alegre: L&PM.

Jameson, F. (1995). As marcas do visível. Rio de Janeiro: Graal.

Lacan, J. (1995). O seminário: livro 11, Texto estabelecido por Jaques Alain-Miller (1964). Rio de Janeiro: Jorge Zahar.

Lacan, J. (2005). O seminário: livro 10 (1962-63). Texto estabelecido por Jaques Alain-Miller. Rio de Janeiro: Jorge Zahar.

Lacan, J. (2002). O seminário, livro 06 (1958-1959). Publicação não oficial da APPOA; Porto Alegre.

Lem, S. (1961). Solaris. Rio de Janeiro: Folha Carioca.

Marques, R. P. (2013). Slavoj Žižek e a encenação da teoria lacaniana do real in Dunker, C. I. L., Rodrigues, A. L. Cinema e Psicanálise, Vol 1: a realidade e o real. São Paulo: nVersos.

Metz, C. (1980). O significante imaginário. Lisboa: Livros Horizonte.

Peirce, C. S. (2001). Semiótica. São Paulo: Perspectiva.

Žižek, S. (2006). Como ler Lacan. Rio de Janeiro: Jorge Zahar.

Žižek, S. (2008). Lacrimae rerum: ensaios sobre o cinema moderno. São Paulo: Boitempo.

Žižek. S. (1994). Um mapa da ideologia. Rio de Janeiro: Contraponto.

Žižek, S. (org) (2013). Todo lo que usted siempre quiso saber sobre Lacan y nunca se atrevió a preguntarle a Hitchcock. Buenos Aires: Manantial.

Žižek, S. (2013). Violência. São Paulo: Boitempo.

Žižek, S. (2014). Vivendo no fim dos tempos. São Paulo: Boitempo.