Teoria do “Marco Temporal” para Terras Indígenas no Brasil?

Autores

  • Roberto Muhájir Rahnemay Rabbani Universidade Federal de Sergipe
  • Allívia Rouse Carregosa Rabbani Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Bahia (IFBA) https://orcid.org/0000-0003-0564-7113
  • Rahma Bentirou Mathlouthi Haute École de Travail social Fribourg

DOI:

https://doi.org/10.63595/rcn.v7i1.17900

Palavras-chave:

indígenas, judiciário, conflitos, território, meio ambiente

Resumo

Os conflitos ambientais em comunidades tradicionais destacam a importância do estudo da justiça socioambiental como um fundamento para a busca de soluções sustentáveis. Neste sentido, a presente pesquisa busca compreender o conceito da tese do “marco temporal”, explorando a evolução desta definição e sua análise por parte do Supremo Tribunal Federal (STF). A tese do “marco temporal” tem foco na propriedade da terra e seus desdobramentos históricos, definindo critérios para a demarcação de terras indígenas, o que tem gerado intensos debates entre ruralistas e comunidades tradicionais, bem como controvérsias jurídicas no Brasil. O diálogo intercultural, o respeito aos direitos humanos e a promoção de políticas inclusivas são elementos-chave para superar os desafios associados a compreensão dessa questão crucial para a sociedade.

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Biografia do Autor

Allívia Rouse Carregosa Rabbani, Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Bahia (IFBA)

Doutora em Pesquisa Agrária e Florestal pela Universidade de Santiago de Compostela [(USC) Espanha], revalidado pela Universidade de Brasília - Doutorado em Agronomia. Mestre em Agroecossistemas pela Universidade Federal de Sergipe (UFS). Engenheira Florestal pela UFS. Técnica em Informática pelo SENAC (Programação web em plataforma JAVA). Tem experiência na área de Recursos Florestais e Agronômicos com ênfase em conservação da natureza, alternativas energéticas e genética de populações para conservação da biodiversidade. Pesquisadora e professora do Ensino Básico, Técnico e Tecnológico do IFBA - Campus de Porto Seguro. Docente permanente do Programa de Pós-Graduação em Ciências e Tecnologias Ambientais (PPGCTA). Editora de layout da Revista Paubrasilia e do Petim. Líder do grupo de ensino, pesquisa e extensão "Núcleo de Estudos em Ciências e Tecnologias Agroambientais (NECTA)" do IFBA.

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Publicado

2025-05-09

Como Citar

RAHNEMAY RABBANI, Roberto Muhájir; CARREGOSA RABBANI, Allívia Rouse; BENTIROU MATHLOUTHI, Rahma. Teoria do “Marco Temporal” para Terras Indígenas no Brasil?. Campos Neutrais - Revista Latino-Americana de Relações Internacionais, Rio Grande, RS, v. 7, n. 1, p. 145–162, 2025. DOI: 10.63595/rcn.v7i1.17900. Disponível em: https://periodicos.furg.br/cn/article/view/17900. Acesso em: 7 dez. 2025.

Edição

Seção

Artigos Livres