Notas sobre a romantização da cultura popular
Palavras-chave:
cultura popular, literatura popular, gêneros do imaginário, literatura infantilResumo
“Cultura popular” é um termo cujas definições são multifacetadas. No que se refere à literatura, são muitos os textos dos mais diversos gêneros do imaginário que são classificados como populares. Contos de fadas, lendas, narrativas folclóricas e romances exemplares, atribuídos a autores coletivos e anônimos fazem ecoar vozes de tempos ancestrais e constituem rico material para estudos literários, históricos e antropológicos. Em meados do século XVIII, pesquisadores e etnógrafos europeus promoveram a chamada “descoberta do povo”, seus costumes, crenças e tradições. A esta altura, foram publicadas inúmeras séries de antologias de contos tradicionais dos mais diversos povos, sob o pressuposto nacionalista de estabelecimento de identidades nacionais, um movimento sobretudo político. As breves considerações aqui apresentadas convidam o leitor a uma reflexão acerca da romantização do conceito de cultura popular, especialmente no que se refere à literatura.
Downloads
Referências
BESSIÈRE, Irène. O relato fantástico: forma mista do caso e da adivinha. In: ______. Le récit fantastique: la poétique
de l’incertaine. Paris: Larousse, 1974. p. 9-29.
BURKE, Peter. Cultura popular na Idade Moderna. São Paulo: Companhia de Bolso, 2013.
CHARTIER, Roger. As práticas da escrita. In: CHARTIER, Roger (Org.) História da vida privada 3: da Renascença ao Século das Luzes. São Paulo: Companhia das Letras, 2009, p. 113-162.
FACINCANI, Eliane Fernandes; GARCIA, Sílvia Craveiro Gusmão. Literatura infantil e escola: algumas considerações. In: ANAIS ELETRÔNICOS do 16o Congresso de Leitura do Brasil da Unicamp [online], Campinas, 10-13 jul. 2007.
Campinas, 2007. Disponível em: http://alb.com.br/arquivo-morto/edicoes_anteriores/anais16/sem08pdf/sm08ss02_06.pdf.
Acesso em: 31jul. 2016.
FRAGOSO, Élcio Aloisio. O Romantismo: uma referência para a língua nacional. Revista Igarapé – Literatura,
Educação e Cultura: Caminhos da Alteridade, v. 2, n. 1. Porto Velho: Universidade Federal de Rondônia, 2013.
Disponível em:http://www.periodicos.unir.br/index.php/igarape/article/view/746/799. Acesso em: 17 jul. 2017.
GUMBRECHT, Hans Ulrich. Un souffle d’Alemagne ayant passé: Friedrich Diez, Gaston Paris e a gênese das filologias
nacionais. Trad. Marcia Arruda Franco. Politeia: História e Sociedade, v. 15, n. 1. Vitória da Conquista, 2015, p. 15-60.
Disponível em: http://periodicos.uesb.br/index.php/politeia/article/viewFile/2939/5637. Acesso em: 19 jul. 2017.
JEAN, Lydie. Charles Perrault’s paradox: how aristocratic fairy tales became synonymous with folklore conservation.
Trames [online]. 11 (61/56), 3 (2007), 276-283. Disponível em: http://www.kirj.ee/public/trames/trames-2007-3-3.pdf.
Acesso em: 31jul. 2016.
LÉVI-STRAUSS, Claude. Mito e significado. Lisboa: Edições 70, 1978.
ONG, Walter. Oralidade e cultura escrita: a tecnologização da palavra. Trad. Enid Abreu Dobránszky. Campinas:
Papirus, 1998.
MACHADO, Irene A. Literatura e redação. São Paulo: Scipione, 1994.