A dicotomia do acesso à leitura e as bibliotecas públicas durante o Estado Novo
DOI:
https://doi.org/10.14295/biblos.v35i1.12181Palavras-chave:
Biblioteca pública, Instituto Nacional do Livro, Getúlio Vargas, Estado Novo.Resumo
As bibliotecas públicas são instituições de promoção do acesso à leitura, informação e cultura, dependentes administrativamente do estado. Entretanto, até o início do governo de Getúlio Vargas a implantação desses espaços não estava inserida nas prioridades governamentais e somente após 1937 essa questão entrou em debate na administração pública. O presente artigo tem como objetivo empreender uma reconstituição histórica sobre a questão das bibliotecas públicas em âmbito nacional durante o período de maior controle estatal do país. Nos procedimentos metodológicos adotou-se a pesquisa bibliográfica e documental com abordagem qualitativa do problema. O recorte temporal definido para esta pesquisa foi o início do plano de governo denominado Estado Novo em 1937 até 1945. Descreve os principais projetos desenvolvidos pelo Instituto Nacional do Livro (INL) durante a gestão do seu primeiro diretor Augusto Meyer. Analisa como esse governo autoritário utilizava a censura para controlar a sociedade por meio da leitura. Os resultados obtidos evidenciaram a importância do INL e uma tendência de investimento para incentivar a criação de bibliotecas, no entanto, a difusão dos ideais do plano nacionalista instaurado no Brasil no Estado Novo inviabilizaram a concretização dessas iniciativas.
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