Dissonância afetiva como ferramenta metodológica

transformando direitos reprodutivos em justiça reprodutiva

Autores

  • Júlia Gonçalves Universidade Federal de Santa Catarina, UFSC. Florianópolis/SC
  • Fabiane Simioni Universidade Federal do Rio Grande, FURG. Rio Grande/RS https://orcid.org/0000-0003-4240-1753

DOI:

https://doi.org/10.63595/juris.v35i1.16216

Palavras-chave:

Justiça reprodutiva, Dissonância afetiva, Interseccionalidade, Maternidades

Resumo

A justiça reprodutiva amplia a compreensão dos direitos sexuais e direitos reprodutivos e reconhece que condições econômicas, sociais e estruturais operam um papel importante na forma como as mulheres passam pela experiência da gestação, parto e pós-parto, muitas vezes constituindo barreiras ao acesso à saúde e à informação adequada. Diante disso, o objetivo do presente estudo é compreender como a dissonância afetiva, conceito teorizado por Clare Hemmings a partir da teoria do afeto, pode servir como ferramenta metodológica para a pesquisa acadêmica ampliando a compreensão dos direitos reprodutivos para além da sua dimensão individual, considerando aspectos estruturais e os marcadores sociais operantes. Essa dissonância poderia ser o catalisador da mudança de paradigma da compreensão dos direitos reprodutivos para a noção de justiça reprodutiva. Para isso, conduzimos pesquisa bibliográfica e utilizamos o método qualitativo das informações levantadas, utilizando a teoria do afeto como base epistêmica, aliada ao conceito de justiça reprodutiva e interseccionalidade. Nesse sentido, compreendemos que a dissonância afetiva pode ser um instrumento útil ao ampliar a concepção dos direitos reprodutivos, abraçando o desconforto que o pesquisador pode experienciar ao deparar-se com uma realidade diferente daquela esperada e, através da pesquisa, procurar compreender o aspecto social e relacional desses direitos.

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Biografia do Autor

Júlia Gonçalves, Universidade Federal de Santa Catarina, UFSC. Florianópolis/SC

Doutoranda em Direito na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Mestra em Direito e Justiça Social pela Universidade Federal do Rio Grande (FURG). Advogada.

Fabiane Simioni, Universidade Federal do Rio Grande, FURG. Rio Grande/RS

Doutora em Direito pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Professora de graduação (Relações Internacionais e Direito) e do Mestrado em Direito e Justiça Social da Universidade Federal do Rio Grande (FURG). Co-líder do grupo de pesquisa Interseccionalidades e Decolonialidade nas Relações Internacionais (INDERI/FURG/CNPq). CV Lattes: <http://lattes.cnpq.br/8522130600238633>. 

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Publicado

11-08-2025

Como Citar

Gonçalves, J., & Simioni, F. (2025). Dissonância afetiva como ferramenta metodológica: transformando direitos reprodutivos em justiça reprodutiva. JURIS - Revista Da Faculdade De Direito, 35(1), 9–27. https://doi.org/10.63595/juris.v35i1.16216

Edição

Seção

Direitos Humanos, Diversidade e Sociedade Digital