IMPACTO DO ADOLESCER COM AIDS E ADESÃO MEDICAMENTOSA

Autores

  • Nildo Eli Marques D'Ávila
  • Maria Estela B. da Rocha
  • Alan Castro D'Avila
  • Ana Paula Conceição
  • Inês Gullich

Palavras-chave:

SIDA, Criança, Adolescente, Desistentes do tratamento

Resumo

Relato de caso: Criança com AIDS, de transmissão vertical e o impacto da transição infância/adolescência na continuidade do tratamento. Paciente do sexo feminino, nascida em 16 de maio de 1991, adoção aos nove meses de idade, primeiros testes aos 16 meses e confirmação diagnóstica ao redor de dois anos. A imunoglobulina humana intravenosa foi seu primeiro medicamento. Recebeu Zidovudina como droga isolada de 1995 a 1996; em dezembro deste último ano iniciou esquema duplo, pela liberação do DDI, solução oral para uso na criança. Até o ano 2000 usou esquema duplo, na vigência de uma meningite bacteriana, associada a um herpes zoster de tronco. Passou, após a cura, a um novo esquema terapêutico contemplando Zidovudina, Lamivudina e Stocrins. Até esse momento, teve uma infância estável, como todas as crianças nesta faixa etária, com as mesmas gripes, infecções respiratórias, febres, diarréias, sem repercussão importante em seu crescimento e desenvolvimento. A escolaridade chegou, veio com ela maior exposição, mais doenças oportunistas, uma tuberculose pulmonar, mais drogas, modificações na rotina, horários incompatíveis com a medicação, as cápsulas e comprimidos passam a aparecer na gaveta, no lixo do banheiro etc. Perguntas, informações abertas sobre a sua condição de contaminada pela família e pelos médicos, sem fugir dos questionamentos ou da capacidade de entendimento, porém um episódio de exposição de forma agressiva de sua situação de portadora no meio escolar dá início a um complexo período de rebeldia e rejeição. Passam a não ser aceitos vários conceitos assimilados, posições definidas e a adesão medicamentosa, antes tranqüila, sofre um impacto muito grande. Os exames demonstram alterações grosseiras de piora imunológica e sorológica; o auxílio psicológico é rejeitado e tudo isso mais tarde se exterioriza numa lenta e progressiva corrida para um desfecho negativo. Comentários: a descrição nos mostra que o trabalho desenvolvido no tratamento e acompanhamento das crianças portadoras do vírus HIV e doentes de AIDS sofrem interferência de múltiplos fatores no resultado evolutivo. Este caso nos mostra quanto o período de transição da infância para a adolescência pode determinar manifestações indesejáveis que alteram de forma significativa o desfecho final.

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Biografia do Autor

Nildo Eli Marques D'Ávila

Faculdade de Medicina

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Publicado

2011-03-03

Como Citar

D’Ávila, N. E. M., Rocha, M. E. B. da, D’Avila, A. C., Conceição, A. P., & Gullich, I. (2011). IMPACTO DO ADOLESCER COM AIDS E ADESÃO MEDICAMENTOSA. VITTALLE - Revista De Ciências Da Saúde, 21(1), 31–36. Recuperado de https://periodicos.furg.br/vittalle/article/view/1849

Edição

Seção

Artigos