O papel da microbiota intestinal nos transtornos depressivos: uma revisão sobre o tema e estudos clínicos
DOI:
https://doi.org/10.14295/vittalle.v34i3.13950Palavras-chave:
Probióticos, transtorno depressivo maior, eixo microbiota-intestino-cérebro, disbioseResumo
A ligação direta do eixo intestino-cérebro é cada vez mais debatida como um fator importante no desenvolvimento das doenças mentais, principalmente no transtorno depressivo maior. Há um eixo de comunicação bidirecional entre cérebro e intestino, onde anormalidades na microbiota intestinal afetam o cérebro e o comportamento. Neste sentido, as perturbações na microbiota intestinal, que favorecem a disbiose, são consideradas fator de risco chave para o transtorno depressivo, e a regulação desta é um método de terapia e prevenção da depressão. O presente estudo analisou o impacto do tratamento com probióticos no desenvolvimento do transtorno depressivo maior, por meio de uma revisão bibliográfica integrativa de estudos clínicos publicados nos últimos 5 anos. Ao total, foram selecionados 8 artigos, nos quais as bactérias estudadas pertencem aos gêneros Bifidobacterium, Lactobacillus e Lactococcus. Os artigos apontam que a intervenção com probióticos atua no transtorno depressivo maior por três mecanismos de ação. Referindo-se a produção de ácidos graxos de cadeia curta, reduzindo o pH intestinal e retardando o crescimento de bactérias patogênicas. Promovendo a síntese de IgA a qual protege a barreira intestinal, impedindo a passagem de LPS para a circulação, diminuindo a inflamação sistêmica. Por fim, através do aumento dos níveis plasmáticos de triptofano e a diminuição da concentração de quinurenina, consequentemente melhorando a produção de serotonina. Assim, o cuidado com a microbiota intestinal e o uso de probióticos pode auxiliar no tratamento de transtornos depressivos e também na prevenção, atuando como uma nova opção terapêutica.