Agenda 21 do município de Magé-RJ e suas interfaces com a nova pedagogia da hegemonia

Autores

  • Anne Kassiadou Menezes Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro - UNIRIO/Doutoranda
  • Carlos Frederico Bernardo Loureiro Universsidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)/Professor do Programa de Pós-graduação em Educação da UFRJ
  • Celso Sánchez Pereira Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO)/Professor do Programa de Pós Graduação em Educação da UNIRIO

DOI:

https://doi.org/10.14295/remea.v34i1.6537

Palavras-chave:

Agenda 21 de Magé, Pedagogia da Hegemonia, Educação Ambiental Crítica

Resumo

O artigo analisa a proposta da Agenda 21 de Magé, município do estado do Rio de Janeiro. A argumentação é feita sob a ótica da educação ambiental crítica, com objetivo de compreender a utilização da Agenda para a conformação da hegemonia discursiva neodesenvolvimentista na região. A partir da análise documental, identificam-se premissas pedagógicas que direcionam discursos para uma perspectiva que naturaliza o padrão de desenvolvimento e apaga conflitos ambientais. Afirmamos que a nova pedagogia da hegemonia incentiva movimentos de caráter voluntário ao invés da construção pública da política ambiental e do enfrentamento de conflitos ambientais. Afirmamos ser possível, por meio da educação ambiental crítica, criar alternativas e possibilidades de disputas, no sentido de contribuir com processos de construção de uma outra hegemonia, pautados nos conflitos ambientais que se apresentam como eixo estruturante de propostas pedagógicas voltadas à justiça ambiental.

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Biografia do Autor

Anne Kassiadou Menezes, Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro - UNIRIO/Doutoranda

Doutoranda no Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO). Mestre em Educação pelo Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO, 2015), pós-graduada em Educação Ambiental (2010) e graduada em Gestão Ambiental (2008). Pesquisadora do Grupo de Estudos em Educação Ambiental Desde el Sur (GEASUR - UNIRIO). Membro da equipe de pesquisadores do Mapa de Conflitos envolvendo Injustiça Ambiental e Saúde no Brasil da Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ).

Carlos Frederico Bernardo Loureiro, Universsidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)/Professor do Programa de Pós-graduação em Educação da UFRJ

Bacharelado em ecologia, UFRJ, 1988, licenciatura em ciências biológicas, UFRJ, 1989, mestrado em educação, PUCRio, 1992; doutorado em serviço social, UFRJ, 2000. Professor do Programa de Pós-graduação em Educação da UFRJ. Coordenador do Laboratório de Investigações em Educação, Ambiente e Sociedade - LIEAS. Pesquisador CNPq.

Celso Sánchez Pereira, Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO)/Professor do Programa de Pós Graduação em Educação da UNIRIO

Biólogo, licenciado em Ciências Biológicas pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (1995), mestrado em Psicossociologia de Comunidades e Ecologia Social, pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (2001) e doutorado em Educação pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (2008). É professor da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro(UNIRIO), atuando na Graduação e no Programa de Pós-Graduação em Educação. Coordena o Grupo de Estudos em Educação Ambiental desde el Sur, GEASur/UNIRIO.

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Publicado

2017-05-04

Como Citar

Menezes, A. K., Loureiro, C. F. B., & Pereira, C. S. (2017). Agenda 21 do município de Magé-RJ e suas interfaces com a nova pedagogia da hegemonia. REMEA - Revista Eletrônica Do Mestrado Em Educação Ambiental, 34(1), 4–23. https://doi.org/10.14295/remea.v34i1.6537

Edição

Seção

Artigos