Adiando o fim do mundo em tempos de pandemias: potências do ‘sentirfazerpensar’ com gestos e histórias

Autores

DOI:

https://doi.org/10.14295/remea.v0i0.11185

Palavras-chave:

Redes educativas, Ecologia de ‘fazeressaberes’, Circulação de modos de ‘sentirfazerpensar’.

Resumo

O presente ensaio, a partir da metodologia das conversas e das ‘cineconversas’, e, primordialmente, das lições indígenas e africanas de uso das histórias nos processos de ‘aprenderensinar’, entra na dramática situação de novos ‘espaçostempos’ criados pela pandemia do Coronavírus (COVID-19), na vida de bilhões de pessoas em todo o mundo. Desse modo, busca-se retratar os modos de ‘sentirfazerpensar’ presentes na circulação dos movimentos cotidianos. A importância de contar histórias, de dançar, de cantar, de conversar é fulcral nesses processos. Também procura compreender as ressonâncias que esses movimentos criam nas redes educativas, e com a ecologia de ‘fazeressaberes’. Nessa perspectiva, a valorização da educação inspirada nas pedagogias insurgentes que nos ensinam a conversar, dançar, cantar, contar histórias, insinuam novos devires e acordos, porque ampliam as potências dos movimentos cotidianos.

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Biografia do Autor

Leonardo Rangel dos Reis, Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Bahia - IFBA.

Pós-Doutor em Cotidianos, Redes Educativas e Processos Culturais pela ProPEd/UERJ. Mestre e Doutor em Educação pela UFBA. Professor de Sociologia do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia - IFBA. Professor permanente do Programa de Pós-Graduação em Educação Profissional e Tecnológica - ProfEPT/IFBA. Associado ao Mestrado Profissional em Educação - MPED/UFBA. Participa de projetos nas áreas dos Processos Formativos, Currículo, Educação, Cuidado e Cotidianos, junto aos grupos de pesquisas Redes educativas, fluxos culturais e trabalho docente – o caso do cinema, suas imagens e sons - ProPEd/UERJ, e FORMACCE em aberto -FACED/UFBA. Possui experiências nas áreas: Sociologia da Educação, Teoria Social, Etnografia da Educação e Educação Profissional.

Rosa Helena Mendonça, Universidade do Estado do Rio de Janeiro - UERJ.

Pesquisadora junto ao GRPesq Currículos, redes educativas, imagens e sons (ProPEd/UERJ), com bolsa PNPD/Capes-Faperj.

Ivan de Matos e Silva Junior, Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Bahia - IFBA.

Docente do Departamento de Geografia do IFBA Campus Salvador, onde atua no curso de Licenciatura em Geografia. Doutor em Ensino, Filosofia e História das Ciências pela UFBA e UEFS. Mestre em Geografia pela Universidade Federal da Bahia. Graduado em Geografia pela UEFS. É membro do grupo Interfaces: Cultura, Ciência e Ambiente na Educação Crítica da UFBA e do grupo de pesquisa Geopraxis - A Prática do Ensino e da Pesquisa em Geografia. Atua no campo do Ensino de Biogeografia, De(s)colonialidades na Educação Geográfica. De(s)colonialidades da natureza. Ecologia política. Educação ambiental crítica. Riscos socioecológicos associados à fitocídio e resíduos sólidos.

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Publicado

2020-07-01

Como Citar

dos Reis, L. R., Mendonça, R. H., & e Silva Junior, I. de M. (2020). Adiando o fim do mundo em tempos de pandemias: potências do ‘sentirfazerpensar’ com gestos e histórias. REMEA - Revista Eletrônica Do Mestrado Em Educação Ambiental, 37(2), 43–64. https://doi.org/10.14295/remea.v0i0.11185

Edição

Seção

Dossiê IMAGENS: RESISTÊNCIAS E CRIAÇÕES COTIDIANAS (FIM)