Entre remédios morais e físicos: discurso médico e comportamento humano na Medicina Theologica (1794)
DOI:
https://doi.org/10.14295/rbhcs.v9i17.421Palavras-chave:
Medicina Theologica, Corpo & alma, IluminismoResumo
A obra Medicina Theologica ficou conhecida pela polêmica causada pela sua publicação em Lisboa no final de 1794. De autoria anônima, o texto acusava os confessores de tratar como pecadores indivíduos acometidos por enfermidades que seriam do corpo, e que, portanto, deveriam ser tratadas pela medicina. Não tardou para que a obra fosse proibida pela censura régia e seus exemplares apreendidos. De maneira geral, o episódio costuma ser apresentado como um sintoma do clima de efervescência ideológica e de contestação da ordem que marcou Portugal dos últimos anos do setecentos. Embora o artigo não contrarie esta interpretação, ele procura mostrar que a crítica à atividade confessional na Medicina Theologica se inscreve na reivindicação de correntes filosóficas iluministas pela reformulação das relações entre conhecimento médico e sociedade, em parte motivada por preocupações com a decadência física e moral da população europeia.
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