A hipercrítica: mais uma volta no parafuso IV

Autores

DOI:

https://doi.org/10.14295/momento.v29i1.9691

Palavras-chave:

hipercrítica, crítica foucaultiana, Michel Foucault, autoplágio, Immanuel Kant.

Resumo

Este artigo faz uma revisão e atualização do conceito de hipercrítica, proposto pelo autor há três décadas, no campo dos Estudos Foucaultianos. Como existem várias citações e referências a trabalhos anteriores escritos pelo próprio autor, é feita uma discussão acerca daquilo que muitos chamam de autoplágio. Argumenta-se que essa expressão é um oximoro e, como tal, implica uma contradição insolúvel. Dada a sua impossibilidade lógica, não faz sentido falar-se em autoplágio. Sendo assim, não há problema da autocitação desde que se informem as fontes originais. Explica-se que a hipercrítica é uma crítica radical que deve estar sempre disposta a se voltar sobre si mesma e criticar a si própria. Falar em radicalidade significa problematizar constantemente até a perspectiva em que ela se situa e as bases epistemológicas e teóricas sobre as quais se assenta. Nesse sentido, a hipercrítica se coloca na esteira do kantismo, mas assume uma perspectiva contingente e não-metafísica. São discutidas as possibilidades da hipercrítica no campo educacional, bem como sua efetividade e pertinência.

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Biografia do Autor

Alfredo Veiga-Neto, PPGEDU - Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Mestre em Genética, Doutor em Educação e Professor Convidado do Programa de Pós-Graduação em Educação (mestrado e doutorado) da Universidade Federal do Rio Grande do Sul —UFRGS - Brasil. Coordena o Grupo de Pesquisa em Currículo e Contemporaneidade (GPCC).

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Publicado

2020-07-22

Como Citar

Veiga-Neto, A. (2020). A hipercrítica: mais uma volta no parafuso IV. Momento - Diálogos Em Educação, 29(1), 16–35. https://doi.org/10.14295/momento.v29i1.9691

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