Gerencialismo e formação de professores nas agendas das organizações multilaterais

Autores

DOI:

https://doi.org/10.14295/momento.v27i2.8093

Palavras-chave:

Formação de professores. Política educacional. Gerencialismo

Resumo

A introdução da lógica gerencial nas políticas públicas há décadas apresenta desdobramentos na atual conjuntura atingindo as políticas docentes. Realizamos uma pesquisa bibliográfica e documental analisando as críticas ao gerencialismo na educação desenvolvidas na década de 1990, suas transformações na virada do milênio e problematizamos as medidas anunciadas nas agendas de Organizações Multilaterais para as próximas décadas. Neste artigo abordamos as recomendações do Banco Mundial e da Unesco para as reformas educativas em que se destacam as investidas do setor privado na educação, estratégias de redução de gastos com professores e sua desintelectualização.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Eneida Oto Shiroma, Universidade Federal de Santa Catarina

Doutora em Educação pela UNICAMP. Professora do Departamento de Estudos Especializados em Educação do CED/UFSC.

Referências

BANCO MUNDIAL. Education Sector Strategy Update. Achieving education for all, broadening our perspective, maximizing our effectiveness. Washington, DC, 2006.

BANCO MUNDIAL. Learning for All. Investing in people’s knowledge and skills to promote development. World Bank Group. Education Strategy 2020, Washington, 2011.

BANCO MUNDIAL. Teacher Policies around the world, 2010.

BEDER, Sharon. Suiting Themselves: How Corporations Drive the Global Agenda. London: Earthscan, 2006

BOTERY, Mike. Education, policy and ethics. London: Continuum, 2000.

BRASIL. Presidência da República. Plano Diretor da Reforma do Aparelho de Estado. Brasília, 1995.

BRASIL.MEC. Resolução CNE/CP nº 2, de 1º de julho de 2015. Define as Diretrizes Curriculares Nacionais para a formação inicial em nível superior (cursos de licenciatura, cursos de formação pedagógica para graduados e cursos de segunda licenciatura) e para a formação continuada. Brasília, 2015

BROOKE, Nigel; SOARES, José F. (org.) Pesquisa em eficácia escolar: origens e trajetória. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2008.

BRUNS, Barbara; EVANS, David; LUQUE, Javier. Achieving world class education in Brazil: the next agenda. Washington: The World Bank, 2012.

BRUNS, Barbara; LUQUE, Javier. Professores excelentes: Como melhorar a aprendizagem dos estudantes na América Latina e no Caribe. Washington, D.C.: Banco Mundial, 2014.

CAMPOS, Roselane Fátima. Fazer mais com menos – gestão educacional na perspectiva da CEPAL e da UNESCO. GT: Estado e Política Educacional / n. 05. In: 28. Reunião Anual da ANPEd. Caxambu, MG, 16 a 19 de outubro de 2005.

CARVALHO Luis Miguel. Governando a educação pelo espelho do perito: uma análise do PISA como instrumento de regulação, Educação e Sociedade, Campinas, v.30, n.109, 2009. p.1009-1036.

CASTRO, Maria Helena Guimarães. Política Nacional de Formação de Professores. Brasília: MEC, 2017. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&view=download&alias=74041-formacao-professor-final-18-10-17-pdf&category_slug=outubro-2017-pdf&Itemid=30192 Acesso em: 06 fev 2018.

COLEMAN, James S. Desempenho das escolas públicas. In. BROOKE,Nigel e SOARES, José F. (org.) Pesquisa em eficácia escolar: origens e trajetória. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2008. p. 26-32. Texto extraído do capítulo 3 do Summary Report: equality of educational opportunity, elaborado por J. S. Coleman.

DALE, Roger. O marketing do mercado educacional e a polarização da educação. In:

GENTILI, Pablo; SILVA, Tomaz T. Neoliberalsimo, qualidade total e educação. Petrópolis/RJ: Vozes, 1994.

EVANGELISTA, Olinda; SHIROMA, Eneida O. Professor: protagonista e obstáculo da reforma. Educação e Pesquisa, São Paulo, v. 33, n. 3, set./dez. 2007, p. 531-541.

EVANGELISTA, O. Rede Kipus e reconversão docente. In: XIV Encontro Nacional de Didática e Prática de Ensino/ENDIPE, 2008, Porto Alegre. XIV ENDIPE. Trajetória e processos de Ensinar e Aprender: lugares, memórias e culturas. Porto Alegre: EdiPUCRS, 2008.

GENTILI, Pablo A.; SILVA, Tomas T. (orgs.) Neoliberalismo, Qualidade Total e Educação - Visões Críticas. Petrópolis, RJ: Vozes, 1994.

LAVAL, Cristian. A Escola não é uma empresa: o neo-liberalismo em ataque ao ensino público. Londrina: Editora Planta, 2004.

LIMA, Licínio C. A escola como organização educativa: uma abordagem sociológica. 3ed. São Paulo: Cortez, 2001.

MELLO, G. N. Formação inicial de professores para a educação básica: uma (re)visão radical, São Paulo em Perspectiva, São Paulo, v. 14 nº 1, p. 98-110, Jan./Mar. 2000

MONTAÑO, Carlos. O canto da sereia. Crítica à ideologia e aos projetos do Terceiro Setor. São Paulo, SP: Cortez, 2015.

MORAES, Maria Celia M. Recuo da teoria: dilemas na pesquisa em educação. Revista Portuguesa de Educação, Braga, vol. 14, núm. 1, 2001, p. 7-25.

NETO, Aníbal Correia Brito. Política Nacional de Formação de Professores no Brasil (2003-2016) como expressão da governança global. Tese (Doutorado em Educação) – Florianópolis; Universidade Federal de Santa Catarina, 2018.

NEVES, Lúcia M.W. (Org.) A direita pelo social e a esquerda pelo capital. São Paulo: Xamã, 2010.

OREALC/UNESCO. La educación como bien público y estratégico: encuentro regional Unesco. Cartagena das Indias: Unesco/Unicef, 2005.

PAULANI, Leda M. O projeto neoliberal para a sociedade brasileira: sua dinâmica e seus impasses. In: LIMA, J.C.F. e NEVES, Lucia M.W. Fundamentos da educação escolar do Brasil contemporâneo. Rio de Janeiro: Fiocruz, 2006. p. 67-107.

POPKEWITZ, Thomas S. Reforma educacional: uma política sociológica. Porto Alegre: Artes Médicas, 1997.

SANTOS, Fabiano Antonio. O plano de desenvolvimento da escola e a produção do consentimento ativo. Tese (Doutorado em Educação). Florianópolis: Universidade Federal de Santa Catarina, 2012.

SHIROMA, Eneida Oto e EVANGELISTA, Olinda. Profissionalização como estratégia de gerenciamento de professores. Revista de Estudos Curriculares, Braga n. 1, 2003. p.267-281.

SHIROMA, Eneida Oto. O Estado como cliente: interesses empresariais na coprodução da inspeção escolar. Trabalho Necessário, Niterói, v. 22, 2015, p. 57-79.

UNESCO. PADRÕES DE COMPETÊNCIA EM TIC PARA PROFESSORES. Diretrizes de implementação versão 1.0. Brasilia: Unesco, 2009. Disponível em <http://unesdoc.unesco.org/images/0015/001562/156209por.pdf> Acesso em 18mar 2018.

Downloads

Publicado

2018-08-17

Como Citar

Shiroma, E. O. (2018). Gerencialismo e formação de professores nas agendas das organizações multilaterais. Momento - Diálogos Em Educação, 27(2), 88–106. https://doi.org/10.14295/momento.v27i2.8093

Artigos Semelhantes

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 > >> 

Você também pode iniciar uma pesquisa avançada por similaridade para este artigo.