DESENVOLVIMENTO PARA QUEM?
Palavras-chave:
Estudos Feministas. Educação Popular. Desenvolvimento.Resumo
Este artigo resulta da Tese de Doutorado defendida em 2015. A investigação buscou principalmente analisar como ocorre o processo de ensinar e aprender da tecelagem manual realizada por mulheres no município de Resende Costa/MG. A atividade com os fios é predominantemente feminina. Por falta de trabalho, no entanto, as mulheres do referido município passaram a ensinar os homens a tecer. A partir disso, desencadeou-se um processo de desenvolvimento local: o pequeno município conta com 98 lojas de artesanato que atraem turistas e lojistas de norte a sul do Brasil que buscam comprar artesanato por baixo preço. A metodologia da investigação teve como base a pesquisa participante, realizada por meio de entrevistas semiestruturadas, observação participante e diário de campo. Entre os resultados encontrados, observa-se que o processo de produção artesanal compreende uma série de técnicas e conhecimento automatizado invisibilizado que, durante gerações, foi um processo ensinado pelas mães às filhas. Entretanto, devido à falta de trabalho para os homens, as mulheres ensinaram quase uma localidade inteira a tecer e, por intermédio delas, desencadeou-se um processo de desenvolvimento. Porém, este desenvolvimento, que fez o município crescer e que criou uma alta produção artesanal, trazendo emprego para muitas pessoas, deveria contemplar a distribuição de bens, e as pessoas deveriam ter a possiblidade de se beneficiar das riquezas produzidas no lugar onde vivem. No entanto, o que se vê em Resende Costa é que as mulheres, na grande maioria, ainda continuam sendo as mais pobres. Isso porque elas têm menos produção do que os homens e permanecem no espaço privado, conciliando a dupla jornada: a doméstica e a têxtil. Sendo assim, este texto busca problematizar a questão sobre o desenvolvimento e a vida das mulheres e faz a critica: desenvolvimento para quem?Downloads
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Publicado
2017-03-03
Como Citar
Castro, A. M. (2017). DESENVOLVIMENTO PARA QUEM?. Historiæ, 7(1), 149–174. Recuperado de https://periodicos.furg.br/hist/article/view/6716
Edição
Seção
Dossiê