Uma leitura da Revista de Antropofagia: o espectro da Revolução Bolchevique?

Autores

  • João Marques Lopes Universidade de Lisboa

Palavras-chave:

Revista de Antropofagia. Revolução Bolchevique. Marxismo. Inconsciente. “Consciência possível”. Oswald de Andrade

Resumo

Provavelmente, as leituras mais comuns da Revista de Antropofagia são aquelas que afirmam que a mesma empurrou a revolução modernista brasileira até aos limites da vanguarda estética ou foi uma utopia ideológica no cruzamento entre uma teoria do Brasil e da sua inserção no sistema-mundo. Além disso, a Revista de Antropofagia raramente tem sido seriamente percebida como um fenómeno político e classista. Assim sendo, não surpreende que a influência (in)consciente que o marco histórico da Revolução Bolchevique exerceu sobre o a Revista de Antropofagia e o grupo dos “antrópofagos” tenha sido pouco aprofundada pela scholarship. Este artigo pretende fazer uma close reading das duas dentições da Revista de Antropofagia à luz desta temática. Sustenta que esta revista e os “antropófagos” mantiveram uma relação (in)consciente de ignorância, medo e atração face à Revolução Bolchevique, mas que Oswald de Andrade, Pagú, Geraldo Ferraz e Oswaldo Costa, ao criarem o jornal O Homem do Povo ou ao se alistarem no PCB, vieram a adquirir a “consciência possível” diante de tão complicado fenómeno histórico. Talvez esta “consciência possível” e O Homem do Povo possam ser entendidas como uma espécie de “terceira dentição” da Revista de Antropofagia.

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Biografia do Autor

João Marques Lopes, Universidade de Lisboa

Doutorado pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa e pela Universidade de Utrecht. Pós-doutorado em Literatura Brasileira pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. Faculdade de Letras de Lisboa (CLEPUL).

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Publicado

2015-10-01

Como Citar

Lopes, J. M. (2015). Uma leitura da Revista de Antropofagia: o espectro da Revolução Bolchevique?. Historiæ, 6(1), 142–166. Recuperado de https://periodicos.furg.br/hist/article/view/5411