Memória, Identidade e Etnicidade
colonização e cooperativismo na Região Noroeste do Rio Grande do Sul
Resumo
Este trabalho busca analisar os conceitos de memória, identidade e etnicidade a partir do estudo do desenvolvimento de comunidades formadas por imigrantes europeus do segundo ciclo de colonização, verificado entre o final do século XIX e o início do século XX, na região noroeste do Estado do Rio Grande do Sul. Trata-se de um fragmento dos estudos produzidos pelo autor em seu esforço para compreender o processo de desenvolvimento regional à luz dos movimentos sociais de caráter camponês, ao longo do século XX. Valendo-se de documentação existente nos arquivos institucionais de algumas cooperativas que atuaram (e ainda atuam) na região, procuramos analisar a interação dos indivíduos, constituindo núcleos de auto-organização comunitária que se converteram, em alguns casos, em associações e cooperativas empenhadas no desenvolvimento das localidades. Os resultados sugerem que o conjunto de condições diversas colaboraram no sentido de desenvolver uma identidade-nós que dificultou superou o sentimento nacionalista original dos imigrantes europeus, consolidando-se nas memórias dos descendentes destes imigrantes na forma de um sentimento de merecimento pelos esforços em torno do processo de colonização, resumido na condição herdada de “imigrante desbravador”.