Memória religiosa e práticas normativas
relatos de pessoas LGBT ex membros de igrejas evangélicas
Resumo
Na presente reflexão busco compreender como a memória contribui para preservar o sentimento de vigilância atrelado a sexualidade das pessoas LGBTQI+ ex membros de Igrejas Evangélicas. Foram analisadas um total de 16 entrevistas, as quais correspondem a outras pesquisas realizadas entre os anos de 2013, 2017 e 2019 com recorte em pessoas LGBT que foram socializas em Igrejas Evangélicas das cidades de Curitiba, Maringá e Ponta Grossa, Paraná. As entrevistas foram gravadas, transcritas e analisadas de acordo com a análise de conteúdo de Bardin (1977). O conteúdo discursivo dos relatos sobre vivência religiosa e sexualidades dissidentes trouxe as emoções e a memória como elementos capazes de contribuir para resgatar experiências do passado no presente, revivendo emoções diretamente ligadas as suas sexualidades. Portanto, a memória contribui para os processos identitários e para o reavivamento da conexão com a divindade apreendida nos espaços religiosos, indo além, há o resgate de impressões e sensações sentidas tanto positivas, quanto negativas.