Do “outro” lado do ocidente: a crise ucraniana e a “ameaça russa” nos discursos da OTAN
Palavras-chave:
OTAN, Rússia, Pós-estruturalismo.Resumo
A tensão no relacionamento entre a Rússia e a OTAN durante a crise da Ucrânia de 2014 atingiu patamares jamais vistos desde o final da Guerra Fria. Porém, a recente fricção de forças entre os dois atores não é algo essencialmente novo, mas, em verdade, um processo que evoluiu a pari passu com a expansão da aliança militar ocidental para as fronteiras russas cujos efeitos continuam a moldar a arquitetura securitária europeia. Neste artigo, pretende-se analisar a constituição da “ameaça russa” evidenciado nos discursos da OTAN no contexto da crise da Ucrânia enquanto um processo derivado de uma política discursiva pré-existente que serve para reforçar e realçar as diferenças entre o Ocidente e Moscou. Argumenta-se que a elevação da constituição da Rússia como ameaçadora e oposta à OTAN é a condição que sustenta a coesão identitária entre os seus membros, o que é requisito sine qua non para a manutenção e aprimoramento do vigor político da aliança militar. Para analisar tal objeto, este trabalho adota como perspectiva teórica o pós-estruturalismo e aplica-se o modelo metodológico de análise de discurso de Lene Hansen (2006).Downloads
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Publicado
2021-03-24
Como Citar
Perius Zabolotsky, B., & Pellin Mielniczuk, F. (2021). Do “outro” lado do ocidente: a crise ucraniana e a “ameaça russa” nos discursos da OTAN. Historiæ, 11(2), 84–107. Recuperado de https://periodicos.furg.br/hist/article/view/12270
Edição
Seção
Dossiê