<b>Pseudo-nitzschia brasiliana (Bacillariophyceae), uma diatomácea oportunista da costa do estado do Rio de Janeiro, Brasil</b>

Resumo

A ocorrência de Pseudo-nitzschia brasiliana Lundholm, Hasle & Fryxell, uma diatomácea marinha recentemente descrita, é relatada para dois ambientes distintos da costa do estado do Rio de Janeiro, Brasil, durante o evento de El Niño no verão de 1998. As ocorrências aconteceram quase simultaneamente como um evento de floração, definindo aqui não apenas pelo alto número de abundância de células, como também pela contribuição relativa ao número total de células. As florações ocorreram em momentos em que cada um destes ambientes estava sob estresse, sugerindo um comportamento oportunista para esta diatomácea. Na Baia de Sepetiba, P. brasiliana foi a primeira espécie a dominar no ambiente (2.8 x 106 células l-1; 85% do microfitoplâncton) após a subsidência de uma floração de rafidofita Chattonella SP. no início de fevereiro. Na Lagoa de Imboassica, um sistema costeiro oligohalino ca. 150 km ao norte da Baia de Sepetiba, P. brasiliana foi a espécie dominante (1.3 - 3.6 x 107 cells-1; 90% do fitoplâncton total) depois da abertura forçada da conecção entre a lagoa e o mar em meados de fevereiro. Esta abertura permitiu a contribuição de águas mais salinas na lagoa, o que provavelmente introduziu o estoque de células de P. brasiliana que estava presente ao longo da costa durante este período.